Número reduzido de profissionais na rede municipal de saúde é apontado como uma das dificuldades no atendimento de prevenção ao suicídio
Não é novidade que a saúde é uma das áreas que mais recebem dinheiro público. A própria legislação federal determina que os municípios devem aplicar, no mínimo, 15% de todo dinheiro arrecadado com impostos em ações e serviços públicos de saúde. Grande parte dos municípios brasileiros provavelmente já aplica na área até mais do que o determinado pela legislação. É o caso de Jaboticabal, que só nos quatro primeiros meses deste ano, aplicou 24,08% do orçamento na área, conforme apresentado em audiência pública no dia 25 de maio de 2022. Apesar de todo o recurso destinado, a pasta ainda pena para o oferecimento de alguns serviços, como por exemplo, o de tratamento da depressão, que pode até mesmo levar ao suicídio.
No último dia 02 de agosto, a Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara Municipal de Jaboticabal criada para averiguar e propor soluções de políticas públicas de suporte emocional e prevenção ao suicídio no município se reuniu na sede do Legislativo com representantes de equipamentos públicos municipais ligados à saúde e assistência social; representantes do Grupo Sobreviver, formado por voluntários para a promoção à saúde mental, também participaram.
O objetivo do encontro, segundo a presidente da comissão, vereadora Profa. Paula Faria (PT), foi colher informações sobre a rotina dos atendimentos oferecidos à população que busca ajuda psicológica, por exemplo, nos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), nos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e no Centro Integrado de Assistência à Família (CIAF) da cidade. “Estamos colhendo diversas informações que vão balizar o nosso relatório final quanto à proposição de políticas públicas de suporte emocional e prevenção ao suicídio na nossa cidade. Sem dados, não há como construir propostas, e muito menos planejamento. Mas estamos confiantes de que conseguiremos dados suficientes para uma análise ampla dessa problemática no nosso município, para a apresentação de soluções que possam contribuir, senão para resolver, para amenizar o problema”, manifestou Profa. Paula.
Profa. Paula (PT) preside reunião da Comissão de Assuntos Relevantes para tratar sobre prevenção ao suicídio no município.
Dentre as informações obtidas junto aos profissionais que participaram da reunião, que enfrentam no dia a dia a dura batalha em favor da vida, seja contra o sofrimento físico ou mental, está o aumento da demanda por atendimentos na área da saúde mental sem o aumento de profissionais para a prestação do serviço; o número reduzido de profissionais especializados para o trabalho de suporte emocional e prevenção a transtornos mentais, como psicólogos e psiquiatras; a falta de um sistema integrado para a convergência de dados entre os equipamentos municipais consultados; falta de um protocolo para formação de um banco de dados e atendimento. Os participantes ainda apontaram a necessidade de profissionais como psicólogos e assistentes sociais nas unidades de ensino, dado o aumento das demandas nas escolas.
Após os apontamentos ventilados pelas convidadas, o vereador Dr. Edu Fenerich (MDB) fez algumas considerações e reiterou a necessidade de que “temos que brigar e tentar realizar o máximo de ações que possam refletir na diminuição dos problemas relacionados à área psicossocial, mas com os pés no chão. Uma das possibilidades que vejo como viável para desafogar a rede municipal de saúde é a prefeitura fazendo um convênio com o Hospital São Marcos. Isso dependerá do prefeito, mas certamente será uma reivindicação desta comissão”, ponderou o parlamentar.
A comissão ainda é formada pelos vereadores Val Barbieri (PRTB), Paulo Henrique Advogado (PATRI) e Daniel Rodrigues (PSDB).
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Assessoria de Comunicação
Fonte: Câmara Municipal de Jaboticabal (Reprodução autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Jaboticabal)
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